Orangotango partilha 97% do nosso código genético

27-01-2011 22:22

As semelhanças entre o genoma do homem e o dos orangotangos são de 97%, segundo um estudo feito por cientistas de 34 instituições de vários países, incluindo dois biólogos portugueses, e cujo resultado foi ontem publicado na revista Nature.

Segundo a equipa liderada por Richard Wilson, da Universidade de Washington, nos EUA, este resultado faz dos orangotangos a segunda espécie mais próxima do homem, logo a seguir aos chimpanzés, cujo genoma, descodificado em 2005, tem uma semelhança de 99% com o do homem.

A descodificação deste genoma é o quinto registado pelos cientistas, depois do homem moderno, do homem de Neandertal, do chimpanzé e do macaco-reso. Segundo a equipa, esta nova descoberta abre portas para um aprofundamento da investigação das doenças genéticas, além de permitir aumentar o conhecimento sobre os grandes símios.

Um dos dados mais surpreendentes revelados pela investigação agora divulgada prende-se com o facto de as mudanças genéticas nos orangotangos terem ocorrido de uma forma muito mais lenta do que sucedeu nos chimpanzés e nos homens, tendo-se, naqueles, mantido praticamente estável nos últimos 15 milhões de anos.

"Verificamos que há repetições de sequências que se activaram ou desactivaram no genoma humano e que no deste símio não se modificou", diz o chefe do grupo de Genoma de Primatas, da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona. Tomàs Marqués frisa que a investigação não entra na interpretação deste facto, que se pode dever à questão de estes primatas continuarem a viver em ambiente selvagem nas ilhas indonésias de Samatra e Bornéu.


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