Discussões familiares Como afectam as crianças?

18-01-2011 17:05


Quando os desacordos se transformam em discussões entre o casal, infelizmente é comum que estas acabem por decorrer na presença dos filhos. Os desacordos e os conflitos são muito comuns nas famílias. Não têm no entanto que resultar em discussões agressivas, verbal ou mesmo fisicamente. Os conflitos são momentos importantes de crescimento e evolução, desde que os intervenientes saibam geri-los adequadamente, e não entrem numa escalada que não conduz a nenhuma solução.

Em escalada


Quando os desacordos se transformam em discussões entre o casal, infelizmente é comum que estas acabem por decorrer na presença dos filhos. Há uma considerável lista de factores que contribuem para as dificuldades conjugais.
Dificuldades financeiras, diferenças de educação, formação profissional, estilo de vida e objectivos (ambição, posição social), problemas sexuais, infidelidade, beleza física, idade, nascimento e educação dos filhos, questões relacionadas com a personalidade e problemas psicológicos, diferenças de valores e de fé, etc. É importante perceber que ver os pais discutir é uma situação bastante difícil para uma criança. Muitas vezes sente-se responsável pela discórdia, e o medo de uma possível separação está sempre presente.

O bem-estar da criança sempre primeiro


É fundamental que, tal como em muitas outras situações, os pais consigam ter esta consciência e colocar os interesses e o bem-estar da criança à frente dos seus problemas ou dificuldades. Muitas das discussões são evitáveis e, se não o forem, poderão ser tidas noutro momento e local, em que a criança não esteja presente. Para os pais conduzirem uma boa educação da criança, o mais importante será a compreensão mútua e a capacidade de entendimento e de chegar a acordo relativamente às questões da educação do(a) filho(a), para que as discussões possam ser evitadas ao máximo. Cada um dos progenitores terá a sua própria maneira de enfrentar as situações.
Essa forma individual de lidar com as questões está relacionada com a história pessoal, com as experiências anteriores, com a ideia que cada um tem de si mesmo e do mundo e, obviamente, com o modelo familiar em que cada um cresceu. A questão fulcral é que nem sempre os modelos de ambos são coincidentes. Quando tal acontece, é necessário conciliar ideias, atitudes, sentimentos. Quando se trata de tomar decisões relativas à criança, o que deve prevalecer é o diálogo sobre o que fazer e o acordo sobre as condutas a seguir.

As condutas


Quando, mesmo assim, as discussões ocorrem e as crianças percebem, é essencial que os pais procurem explicar à criança, serenamente e de modo a evitar que ele tome o partido de um dos pais, o motivo da discussão e que não tem a ver com ela. É importante ter em conta que um ambiente familiar de discussões, agressão, hostilidade e tensão é captado pela criança mesmo que esta tensão seja silenciosa, e é algo que não consegue entender. A tendência para querer que a criança tome um partido também pode existir, mas essencial que nenhum dos pais a encoraje a decidir qual dos dois tem razão. A longo prazo, os pais que permitem que os filhos os usem desta forma vão ter grandes dificuldades em exercer a sua autoridade.


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